Este segundo artigo foi publicado no Jornal JUMBINHO.
Ele, felizmente, circulou bastante, através do próprio JUMBINHO, espalhou-se através da Internet e acabou aparecendo em outras duas publicações da cidade: o EXPRESSO, na coluna do Edson Santana e no Jornal União dos Bairro do jornalista Getúlio Salvador.
O QUEIJO ASSASSINO
Na Terça, 22 de Fevereiro, em Uberaba houve
uma “operação de guerra” na qual policiais militares
devidamente armados, Procon estadual e vigilância sanitária
derrotaram um bando de queijos. Os facínoras estavam expostos em
bancas do comércio, principalmente no Mercado Municipal, ameaçando
os clientes pois estavam despidos de uma embalagem à vácuo e pior,
sequer portavam sua tabela de informações nutricionais.
A comunidade pode ficar
tranquila, os heróis que defendem nossas vidas dos ataques desses
queijos de péssima índole venceram, quase uma tonelada foi
apreendida e destruída pois era “imprópria para o consumo”.
Que bom que em meio a tantos
estupros, arrombamentos, roubos de cargas, tráfico de drogas,
sequestros e latrocínios ainda exista gente para nos proteger dos
laticínios.
Ora autoridades, tenham um mínimo
de bom senso, a fabricação e consumo de queijos é um costume
milenar no mundo e multi secular em Minas. O nome diz, queijo
mineiro, feito de leite de vaca, usando coalho que por sí só já é
um agente biológico que o azeda.
Essa tradição, mais que
centenária, nunca matou ninguém, meu trisavô já vendia queijos
“marginais” em Dores do Indaiá e nunca foi tratado como bandido,
ou será que devemos nos arrepender por todas as fatias que já
engolimos, às vezes com goiabada caseira (também despida).
O queijo mineiro, principalmente
da Serra da Canastra é apreciado como uma iguaria, porém se for
levado à geladeira altera seu sabor original, como querem esses
“soldados” que doam suas vidas, se preciso for, para nos livrar
desse “venenoso alimento”.
Parece que o Procon não sabe, mas costumamos,
“até mediante torturas físicas”, deixar os queijos expostos ao
ambiente para que eles fiquem curados. O IMA (Instituto Mineiro de
Agropecuária), casa de burocratas, impõe que ele seja embalado à
vácuo e que traga na embalagem informações nutricionais. A
continuar nesse pique o pão francês será o próximo, imagine um
pãozinho embalado individualmente, com uma tabelinha de nutrientes e
data de validade para sabermos se ele está quente do forno ou não.
Tratam-nos como se fossemos ignorantes e sequer soubéssemos escolher
uma fruta, um doce ou um pé de alface, deixem disso, temos mais o
que fazer.
Estão extinguindo as chances de
sobrevivência do pequeno produtor rural, aquele mesmo que por falta
de opção vai ser um João Ninguém na cidade onde seus filhos
poderão exercer atividades menos regulamentadas como o tráfico.
O excesso de normas inviabiliza
os pequenos negócios em detrimento de grandes laticínios e
hipermercados, portanto gera desemprego e tensão social.
Fica, para as autoridades, um
questionamento do povo: Se prendem os queijos, porque não prendem os
ratos?
Este foi o melhor artigo que já vi até hoje. Também comentado a quem enviei. Caso concorra merece vencer todos os prêmios em sua categoria.
ResponderExcluirCaro Marimbondo,
ResponderExcluirobrigado pelas palavras, mas melhor ainda foi a atitude do cineasta Helvécio Ratton, a quem farei referência na próxima postagem.