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quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Risco n'água


    Para justificar o penúltimo aumento nas taxas de água, que foi da ordem de 18%, o presidente da autarquia, engenheiro Luiz Guaritá Neto, alegou que o Codau firmaria novos convênios para pudéssemos pagar as contas em outros bancos, além da Caixa.
    A pactuação com outros agentes financeiros, de fato, aumentaria os gastos, mas por outro lado geraria conforto e comodidade para milhares de uberabenses que mensalmente são arrastados para as intermináveis filas das lotéricas, nas quais têm que concorrer com a jogatina estimulada pelo governo federal.
     No entanto a promessa de Luiz Neto não se cumpriu, o cidadão comum tem apenas três opções pra pagar as contas do Codau: uma lotérica, outra lotérica, ou ainda uma terceira lotérica.
    Vem aí um novo aumento, 7%, seguindo uma escalada que tirou o Codau da lanterna e brevemente o tornará campeão do preço alto, lembrando que ao consumidor o que importa é o total da conta, e não a proporção que se cobra entre esgoto e água.
    Apesar da “contaça”, a cidade nos últimos doze anos, não implementou novas captações que dessem um mínimo de tranquilidade ao consumidor, continuamos rezando para chover na época da seca.

    Alguns compromissos duram tanto quanto um risco feito na água.

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

O desarranjo do ensino público


    Não adianta reformar o ensino médio, antigo colegial, muito menos se as mudanças envolverem cortes de disciplinas hoje oferecidas. O problema do setor de educação não está nas paredes e sim no alicerce do prédio.
    Em termos de ensino público o Brasil gasta pouco e gasta mal: O ensino fundamental, que envolve o antigo “pré” e o primário deveria ser a principal prioridade pois nele se forma a base do estudante. Faz-se necessário melhores escolas e melhores professores, que normalmente são conquistados e incentivados melhorando a remuneração.
    A partir do momento que o ensino fundamental evoluir passar-se-á a existir condições para se obter melhores resultados no ensino básico, antigamente denominado ginasial, pois a base, o alicerce, suportará uma maior carga de conhecimento e ferramentas de raciocínio.
    É redundância informar que em consequência de melhoras do 1° ao 9° ano, o ensino médio viverá melhores dias, pois a capacidade do estudante estará ampliada.
    Quanto ao ensino público de nível superior, as faculdades, é bom que se saiba que o governo federal investe muito, paga os professores salários nivelados com alguns países desenvolvidos, mas os cursos acabam beneficiando principalmente alunos oriundos do ensino particular.

    O desarranjo é tal que resolvem solucionar alguma falhas através de cotas, mas o problema está no alicerce, e não no telhado, e este último pode cair por falta de sustentação.

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Podres poderes


    Que o nome do governador de Minas está mais sujo que poleiro de galinha todo mundo sabe, porém poucos arriscam opinião sobre seu possível julgamento. Acontece que o Superior Tribunal de Justiça decidiu que o processo contra Pimentel só poderá prosseguir se for autorizado pela Assembleia Legislativa do estado.
    Tanto zelo para resguardar o atual mandatário se constitui em um verdadeiro excesso, enquanto o cidadão comum clama por um mínimo de segurança vemos a possibilidade de um criminoso ser protegido por um bando de Deputados Estaduais, desde que ele seja governador.
    Pimentel é suspeito de lavagem de dinheiro e corrupção. Segundo a investigação ele teria recebido propina quando era ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior para facilitar a liberação de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a projetos da construtora Odebrecht no exterior. Pimentel foi indiciado duas vezes na Operação Acrônimo.
    Será vergonhoso para todos cidadãos mineiros se os deputados, em sessão prevista para o fim deste mês, optarem por deixar Pimentel livre do devido processo.

    No governo do povo pelo povo um poder não pode se mostrar apodrecido a ponto de privilegiar alguém dando-lhe a prerrogativa de sequer ser julgado por um possível e provável crime.  

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Somente um número


    Os mineiros vivem com sensação de abandono, a valorosa Polícia Militar já não é a mesma. O exemplo mais típico da decadência da PM é o vivido por milhares de cidadãos que ao chegarem em suas casas percebem que foram vítimas de arrombamento.
    Fragilizado e inseguro, aquele que ao chegar do trabalho encontra sua porta ou janela violada e seu lar vasculhado, seus bens subtraídos e sua intimidade devassada pensa: “vou ligar 190 e registrar o ocorrido”, mas...
    O procedimento padrão, hoje adotado pela PM, contraria o bom senso e a necessidade do contribuinte, pois recomendam à vítima que ela compareça a um posto policial para lavrar o REDS (Registro de Eventos de Defesa Social) e lá, o cidadão é somente mais um número, uma estatística.
    Ao não comparecer no local do ocorrido a Polícia Militar não está somente deixando de dar apoio moral ao cidadão mineiro, está também dando mais uma colher de chá ao mundo do crime. A visita “in loco” permitiria ao policial aconselhar a vítima, verificar o “modus operandi” e principalmente: ouvir informações ao pé do ouvido, que geralmente ajudam a montar o quebra-cabeças do combate aos meliantes.

    Se não quebrarem este ciclo veremos rápidas e significativas pioras no padrão de vida das pessoas de bem, a capacidade de recolhermos impostos ficará minada e as instituições pagarão um preço muito alto.