O pensamento liberal
Para nos orientarmos perante tanta variedade
de pensamento e comportamento, costumamos adotar modelos
simplificados, ou pior simplistas, que tentam englobar algo muito
maior e torná-lo palpável, atingível e comparável.
É comum utilizarmos a dualidade: bem ou mal,
certo ou errado, céu ou inferno, conservador ou revolucionário...
Na política costumamos falar em esquerda,
trazendo consigo os socialistas, ou direita, que incorpora os
liberais. Nesse raciocínio bipolar, teríamos os comunistas como
radicais da esquerda e os nazi-fascistas como de extrema direita.
Mas essa visão é questionável, como veremos
a seguir. A revolução francesa (1789) foi o ápice de um fenômeno
que denominamos iluminismo, no qual pensadores e filósofos criaram
as bases do estado moderno, arrastando seus efeitos inclusive para as
monarquias que sobreviveram Europa afora.
Antes das mentes se “iluminarem”, o rei
era absoluto, fazia e desfazia a seu bel prazer. Os franceses
propuseram a queda da monarquia e a implantação da república
(coisa pública, de todos), compostas por poderes independentes e
complementares: judiciário, legislativo e executivo.
O grande laboratório do iluminismo foi a
independência dos Estados Unidos, conquistada doze anos antes da
queda da corte francesa, os Americanos, quando expulsaram os ingleses
escolheram ser uma república e terem um presidente eleito, mais
tarde essa movimentação iria inspirar a Inconfidência Mineira, mas
isso é outra história...
A pecha de esquerdista ou direitista nasceu
durante a revolução francesa, uma vez que os mais conservadores,
que tendiam a preservar o que já estava estabelecido e retardar as
modificações se agrupavam à direita no parlamento, enquanto
aqueles que lutavam por mudanças mais significativas e rápidas,
sentavam se a direita, daí: ou se era da direita ou da esquerda.
Mais uma vez, de maneira muito radical e
simplista, podemos identificar três principais tendências de
pensamento e ações entre os revolucionários franceses: 1) havia
aqueles que trabalhavam para que os efeitos da revolução chegassem
ao interior e atingissem todos os camponeses de uma forma
socializada, estes seriam os pais do socialismo moderno, que quando
extremados seguem as ideias de Karl Marx (só se chega ao poder
através da luta armada) inspiração para Fidel Castro, Guevara,
além de Zé Dirceu e Dilma em passado recente. 2) outros eram
nacionalistas, que primavam pelo fortalecimento do poder, e seus
extremados queriam um estado forte e dominador, as consequências
desaguaram em guerras mundiais, através do nazismo e do fascismo. 3)
Alguns tinham a convicção de que o povo deveria conter a
elefantíase do estado, ou seja o poder não deveria interferir
demasiado na vida social e econômica do cidadão, esta é a corrente
liberal, a que mais vingou no solo americano.
Refletindo: as tendências nazi-fascistas
dialogam mais com o comunismo do que com o liberalismo.