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sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Adeus CESUBE

Este artigo foi divulgado pelo portal Uberabajá há muito tempo, sua leitura propiciará um melhor entendimento da próxima postagem. 

 

 

Adeus CESUBE


Para melhorar a educação é necessário aprimorar a formação dos professores. Essa verdade incontestável, fez a Prefeitura Municipal de Uberaba (governo Luiz Neto), criar a entidade que hoje denominamos CESUBE (Centro de Ensino Superior de Uberaba).

No passado, repasses de verba pública, propiciaram edificar a sede na Univerdecidade (governo Marcos Montes), consolidar e ampliar a oferta de cursos. Hoje são 7: Pedagogia, Educação Física, Ciências Sociais, História, Artes e Geografia, todos formam bons educadores; há também a Engenharia Civil, esta última, implantada a fim de preencher a lacuna, então deixada, por uma Universidade particular.

Com a atual gestão da Prefeitura, a instituição vive um inferno astral: Os 36 professores e demais funcionários já amargaram 9 meses de atrasos salariais. O total de alunos despencou de cerca de 780 para 400 e nenhum novo curso foi criado. Tal desarranjo, provem da falta de repasses e da insegurança jurídica. O valor mensal que deveria chegar ao CESUBE é R$ 65 mil ao mês: uma moedinha dos impostos que pagamos. No aspecto legal, a PMU chegou a negar a responsabilidade sobre sua cria. Nesta questão, já levou bomba na justiça local e estadual, em processo movido pela Promotoria de Defesa do Patrimônio Público.

Os alunos do CESUBE são em maioria chefes de família, têm em média 30 anos e almejam melhorar suas vidas retomando os estudos. As mensalidades, que giram em torno de R$ 200, são adequadas à realidade econômica uberabense.

Para varrer o problema para debaixo do tapete o Município armou um “golpe” que alterou a Lei Orgânica (sua Constituição), pois essa exigia a realização de plebiscito para privatizar unidades educacionais e fundações municipais de ensino superior, ficando apenas a exigência de aprovação de 2/3 dos vereadores. Um verdadeiro casuísmo!!

Os edis tiraram o meu, o seu, os nossos direitos de decidir sobre alguns valorosos patrimônios públicos, comprometeram, assim, o presente e o futuro. Devem se achar deuses do Olimpo.

Após a “tramóia”, os vereadores se preparam para votar a transferência do CESUBE para a Associação Comercial e Industrial (uma entidade privada) que por sinal, em tempos recentes, teve que dispor de bens imóveis em favor da tal Universidade particular. Isto foi feito, para sanar parte (e somente parte) de suas dívidas. O presidente e o vice da entidade detêm cargos comissionados na Prefeitura. Para a ACIU, o Prefeito está prometendo as verbas, que faltaram ao CESUBE. Isso não parece casuísmo!!

O PASSADO SE REPETE: Em 15 de Agosto de 1895, foi inaugurado o Instituto Zootécnico de Uberaba. A cidade passou a ter escola superior quando nem possuía 8 mil habitantes na área urbana, e antes mesmo de ter luz elétrica, ruas calçadas, serviços de esgoto e água encanada, um tempo em que o Jornal Lavoura e Comércio nem circulava na nossa cidade.

Em 5 de junho de 1898, após curso de 3 anos, formaram-se os Engenheiros Agrônomos Fideles Reis, Hidelbrando Pontes, José Maria dos Reis entre outros homens que constituem brilhantemente a nossa história.

Em maio de 1899, foi fechado o Instituto Zootécnico de Uberaba, por simples telegrama do Governador do Estado (cujo nome faço questão de não citar). Ele agiu em represália a movimento aqui instaurado, que se opunha ao imposto rural estabelecido em seu mandato. O IZU morreu, mas o movimento cidadão, contra o excesso tributário, disseminou-se por toda Minas Gerais.

A visão do passado, nos mostra que os políticos nanicos são sepultados pela história, junto com seus decretos e sua ira, o que fica é o legado de um povo que idealiza um mundo melhor, que tem como um de seus pilares a educação e a cultura, e não a ira vingativa e os interesses pessoais dos que exercem o poder.

N.A: agradeço ao Jornal de Uberaba e a Guido Bilharinho, que embasaram este texto.


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