Adeus CESUBE
Para melhorar a educação é necessário
aprimorar a formação dos professores. Essa verdade incontestável,
fez a Prefeitura Municipal de Uberaba (governo Luiz Neto), criar a
entidade que hoje denominamos CESUBE (Centro de Ensino Superior de
Uberaba).
No
passado, repasses de verba pública, propiciaram edificar a sede na
Univerdecidade (governo Marcos Montes), consolidar e ampliar a oferta
de cursos. Hoje são 7: Pedagogia, Educação Física, Ciências
Sociais, História, Artes e Geografia, todos formam bons educadores;
há também a Engenharia Civil, esta última, implantada a fim de
preencher a lacuna, então deixada, por uma Universidade particular.
Com a
atual gestão da Prefeitura, a instituição vive um inferno astral:
Os 36 professores e demais funcionários já amargaram 9 meses de
atrasos salariais. O total de alunos despencou de cerca de 780 para
400 e nenhum novo curso foi criado. Tal desarranjo, provem da falta
de repasses e da insegurança jurídica. O valor mensal que deveria
chegar ao CESUBE é R$ 65 mil ao mês: uma moedinha dos impostos que
pagamos. No aspecto legal, a PMU chegou a negar a responsabilidade
sobre sua cria. Nesta questão, já levou bomba na justiça local e
estadual, em processo movido pela Promotoria de Defesa do Patrimônio
Público.
Os alunos
do CESUBE são em maioria chefes de família, têm em média 30 anos
e almejam melhorar suas vidas retomando os estudos. As mensalidades,
que giram em torno de R$ 200, são adequadas à realidade econômica
uberabense.
Para
varrer o problema para debaixo do tapete o Município armou um
“golpe” que alterou a Lei Orgânica (sua Constituição), pois
essa exigia a realização de plebiscito para privatizar unidades
educacionais e fundações municipais de ensino superior, ficando
apenas a exigência de aprovação de 2/3 dos vereadores. Um
verdadeiro casuísmo!!
Os edis
tiraram o meu, o seu, os nossos direitos de decidir sobre alguns
valorosos patrimônios públicos, comprometeram, assim, o presente e
o futuro. Devem se achar deuses do Olimpo.
Após a
“tramóia”, os vereadores se preparam para votar a transferência
do CESUBE para a Associação Comercial e Industrial (uma entidade
privada) que por sinal, em tempos recentes, teve que dispor de bens
imóveis em favor da tal Universidade particular. Isto foi feito,
para sanar parte (e somente parte) de suas dívidas. O presidente e o
vice da entidade detêm cargos comissionados na Prefeitura. Para a
ACIU, o Prefeito está prometendo as verbas, que faltaram ao CESUBE.
Isso não parece casuísmo!!
O PASSADO
SE REPETE: Em 15 de Agosto de 1895, foi inaugurado o Instituto
Zootécnico de Uberaba. A cidade passou a ter escola superior quando
nem possuía 8 mil habitantes na área urbana, e antes mesmo de ter
luz elétrica, ruas calçadas, serviços de esgoto e água encanada,
um tempo em que o Jornal Lavoura e Comércio nem circulava na nossa
cidade.
Em 5 de
junho de 1898, após curso de 3 anos, formaram-se os Engenheiros
Agrônomos Fideles Reis, Hidelbrando Pontes, José Maria dos Reis
entre outros homens que constituem brilhantemente a nossa história.
Em maio de
1899, foi fechado o Instituto Zootécnico de Uberaba, por simples
telegrama do Governador do Estado (cujo nome faço questão de não
citar). Ele agiu em represália a movimento aqui instaurado, que se
opunha ao imposto rural estabelecido em seu mandato. O IZU morreu,
mas o movimento cidadão, contra o excesso tributário, disseminou-se
por toda Minas Gerais.
A visão
do passado, nos mostra que os políticos nanicos são sepultados pela
história, junto com seus decretos e sua ira, o que fica é o legado
de um povo que idealiza um mundo melhor, que tem como um de seus
pilares a educação e a cultura, e não a ira vingativa e os
interesses pessoais dos que exercem o poder.
N.A:
agradeço ao Jornal de Uberaba e a Guido Bilharinho, que embasaram
este texto.
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