Este conto foi publicado pelo Jornal EXPRESSO, ele cita outros aspectos da questão do queijo mineiro.
Promotor desconfiado
O carro atolou na roça, sem sinal de celular
o socorro veio a trator. Na espera e na demora o promotor entrou em
uma casa pobre de um sitiante, Aceitou a água servida sem conferir a
qualidade, mas recusou tomar café, afinal no puído forro da mesa só
havia produtos artesanais: queijo fresco, curado, pão de queijo,
pamonha e rapadura, tudo cheirava bem mas não estava embalado,
carimbado e não possuía tabela de nutrientes.
Desatolado o veículo, o moço de terno
impecável, chegou logo ao asfalto. O primeiro posto de gasolina foi
também sua parada para o almoço.
Tudo bem com o restaurante, banheiros limpos e
detetizados, alvará da vigilância sanitária pendurado na parede,
código de defesa do consumidor no balcão.
- Estou atrasado, qual prato vocês servem bem
rápido?
- Macarronada, disse ao garçom que tinha cara
de poucos amigos.
O macarrão com queijo parmesão importado e
fedido foi servido e ansiosamente saboreado.
O que o Promotor não ficou sabendo é que o
garçom e a cozinheira cumpriram um velho pacto: cuspiram no prato
antes de servi-lo. Eles detestam clientes precipitados e
desconfiados, ambos encaram o pessoal da vigilância sanitária e os
fiscais do Procon como balela.
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