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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Ainda "O mineiro e o queijo"

Este conto foi publicado pelo Jornal EXPRESSO, ele cita outros aspectos da questão do queijo mineiro. 

 
Promotor desconfiado

O carro atolou na roça, sem sinal de celular o socorro veio a trator. Na espera e na demora o promotor entrou em uma casa pobre de um sitiante, Aceitou a água servida sem conferir a qualidade, mas recusou tomar café, afinal no puído forro da mesa só havia produtos artesanais: queijo fresco, curado, pão de queijo, pamonha e rapadura, tudo cheirava bem mas não estava embalado, carimbado e não possuía tabela de nutrientes.
Desatolado o veículo, o moço de terno impecável, chegou logo ao asfalto. O primeiro posto de gasolina foi também sua parada para o almoço.
Tudo bem com o restaurante, banheiros limpos e detetizados, alvará da vigilância sanitária pendurado na parede, código de defesa do consumidor no balcão.
- Estou atrasado, qual prato vocês servem bem rápido?
- Macarronada, disse ao garçom que tinha cara de poucos amigos.
O macarrão com queijo parmesão importado e fedido foi servido e ansiosamente saboreado.
O que o Promotor não ficou sabendo é que o garçom e a cozinheira cumpriram um velho pacto: cuspiram no prato antes de servi-lo. Eles detestam clientes precipitados e desconfiados, ambos encaram o pessoal da vigilância sanitária e os fiscais do Procon como balela.

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