Não
deu para segurar
Não
foi por falta de persistência ou tentativa, mas a versão petista de
que o mensalão não existiu caiu por terra, bastou o Ministro
Joaquim Barbosa do Supremo Tribunal Federal iniciar a leitura de seu
voto nesta segunda-feira, 17 de setembro para percebermos que as
provas coletadas pelo Ministério Público Federal são para lá de
contundentes.
Há
confissões, denúncias, documentos que comprovam pagamentos
ilícitos, etc..., portanto aquela historinha, que estava fazendo a
boiada dormir, de que o dinheiro do PT provinha de empréstimos
legítimos, e que era repassado a partidos aliados como colaboração
de campanha eleitoral, sendo usado sem a devida contabilização, o
dito caixa dois não colou.
A
tese do Procurador Geral da República, Sr. Gurgel, está sendo
provada e admitida na íntegra: Armaram um esquema, uma quadrilha,
que desviava dinheiro público, predominantemente do Banco do Brasil,
do qual retiravam vultuosas verbas alegando que fariam propaganda e
publicidade, no entanto, as agências contratadas apenas simulavam
gastar o dinheiro corretamente, pois o serviço não era executado,
ou era, sem no entanto os descontos obtidos serem devolvidos, conforme
rezava o contrato ao BB.
Uma
vez desviado o dinheiro o esquema passava a se utilizar de bancos,
leia se BMG e Rural, para abrigar a bufunfa, que saía de forma
disfarçada, por exemplo através de empréstimos fraudulentos ou
totalmente descalçados das típicas garantias bancária impostas ao
sistema financeiro nacional.
Depois
que o dinheiro era “emprestado” ao PT, ele chegava às mãos de
políticos de partidos aliados, às vezes em malas, em cheques
nominais e endossados pelas próprias agências, para evitar a
identificação dos sacadores perante o Banco Central, em carros
fortes, e o que mais necessitassem.
No
momento em que escrevo, o Juiz relator do processo, está apontando a
corrupção passiva de parlamentares, que teriam recebido a grana
para votar conforme o interesse do governo em questões polêmicas.
As
perspectivas mais modestas apontam para um montante desviado da ordem
de cem milhões de Reais, há no entanto correntes realistas que
supõem que a dinheirama foi da ordem de 300 milhões.
Cada
vez menos pessoas acreditam que o ex-presidente Lula nada sabia,
inclusive o “projeto de publicitário” Marcos Valério, teria
confidenciado a amigos que Luiz Inácio era o grande chefão.
Outra
notícia que repercutiu, e está repercutindo, na grande imprensa dá
conta que Marcos Valério teria deixado em locais seguros,
informações que, em caso de seu assassinato por queima de arquivo,
revelariam maiores verdades.
Somemos
a tudo isso, a abordagem que Lula fez ao Ministro do Supremo Gilmar
Mendes, os ataques que ele promoveu à liberdade de imprensa e suas
manobras para desviar a atenção do povo para outro assunto: a CPI
do Cachoeira.
Não
esqueçamos ainda o fato do Ministro Marco
Aurélio Mello ter dito com
todas as letras: “... Lula é safo.”.
Há
partidos de oposição, ainda que tardiamente, estudando denunciar
Lula para que o mesmo seja investigado.
Uma
coisa é certeira: depois do julgamento do mensalão, os livros de
História do Brasil, terão muita lama para ser dissertada.