A matança e o matagal
O mosquito da dengue, ou pelo menos o tataravô
dele, é mais antigo que o ser humano. Quando nossos ancestrais
sequer tinham vasos de flores nas cavernas ou conheciam a roda e seus
famigerados pneus, os parentes do “aedes” já existiam e se
reproduziam. Mas onde? - No mato! Em acúmulos de água gerados
naturalmente.
Uberaba é a capital mineira da dengue, já
computa três mortes advindas de sua forma hemorrágica. Apesar do
poder público, especialmente na era Anderson, culpar os cidadãos e
suas casas, há fatores mais relevantes.
O ex-prefeito deixou a cidade emporcalhada
devido ao desleixo com áreas públicas como praças, canteiros,
cemitérios, escolas e terrenos pertencentes ao município. Multou o
cidadão mas não cumpriu seu dever.
A questão das caçambas de entulhos, que
devido a atos da prefeitura se tornaram artigo de luxo, intensificou
o problema. Têm sofás espalhados por tudo quanto é terreno vago,
mas não há um serviço regular de coleta desses e outros trecos
para simplificar a vida do pagador de impostos.
Mudou o prefeito, mas o governo Piau parece
ainda estar no ponto morto, as equipes de limpeza não vencem a força
e determinação do mato. Há lugares que o pedestre para caminhar
tem que levar a foice ou a roçadeira.
Temos que tomar providências ou seremos
extintos pela matança do matagal.