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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

HISTÓRIA DESENCANTADA

Este artigo será divulgado pelo Jornal Jumbinho. Precisamos de um governo mais republicano, ou seja, que respeite mais a coisa publica, que não torne o governo um aparelho do partido.


HISTÓRIA DESENCANTADA


Num palácio bem distante, a uns quinhentos quilômetros, trabalha uma governanta, ela foi escolhida por seus moradores, lhe entregaram a chave do cofre e um cheque em branco assinado.

Uma de suas funções é contratar e demitir os serviçais, para evitar erros, ela se esmera na escolha e na vigilância da sua equipe de trabalho.

Chegou a vez de empregar um jardineiro, para tal, a governanta estabeleceu um perfil daquele que receberá seu voto de confiança. Como sempre, manteve contatos com conhecidos, além de outro auxiliares. Ela quer alguém que entenda os pormenores do serviço, terá que ser honesto e trabalhador, deverá saber expor suas idéias com clareza, procurar manter o que está bem, detectar pontos falhos e saná-los de forma inovadora e criativa.

A governanta, espera e exige, que o futuro jardineiro combata com determinação as ervas daninhas, que seja equilibrado nos gastos para a realização do serviço. Ela lembra que uma parte do dinheiro que as pessoas colocaram em suas mãos será transferida ao seu indicado, mas o nome que estará em jogo é o dela e o futuro das finanças do palácio depende deste e de seus outros auxiliares.

A lista de pretendentes ao cargo logo se torna extensa, mas alguns são imediatamente eliminados, dentre estes os que já foram testados e reprovados, ela pode verificar o passado de cada um dos que se oferecem para exercer a função pois conta com uma ampla rede de informação, seus assistentes inclusive levantam até informações secretas.

Suas preocupações aumentam quando ela pensa que o futuro jardineiro uma vez na função, passará a conhecer as rotinas, os esquemas de segurança, enfim, se for na realidade uma pessoa de má fé, ele poderá roubar, passar informações para quadrilhas que vivem de atacar palácios. Se ele tiver vícios e fraquezas de caráter, poderá gerir muito mal o orçamento que lhe for confiado, fraudará notas de compras, direcionará gastos àqueles que lhe oferecerem comissões, beneficiará parentes e amigos.

A governanta sabe, ela viu e ouviu falar que alguns que prestaram serviços ao palácio foram corruptos, isto fica muito claro quando o patrimônio daqueles nos quais confiou apresenta crescimento desmedido.

Ser governanta de verdade é servir aos patrões e não aos companheiros e amigos, sendo assim, em caso de múltiplos indícios de desonestidade por parte do jardineiro, ou qualquer outro serviçal, ela sempre afastará seu comandado, por saber, antes de tudo que o dinheiro com o qual lida, não lhe pertence, ele é de seus patrões.

Imagine que a governanta é na verdade nossa governante, e nós seus patrões, que os serviçais sejam os ministros e outros ocupantes de cargos de primeiro escalão, e que o palácio seja um país chamado Brasil. Dá para acreditar que o jardim está bem cuidado?

Leia semanalmente o Jornal Jumbinho.

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