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domingo, 2 de outubro de 2011

2517

Artigo a ser divulgado na próxima edição do jornal JUMBINHO


Quanto pesa uma caixa de medicamentos? Muito pouco! Uma criança carregaria com facilidade, encheríamos uma sacola e a balança pouco sentiria.

Imagine quanto remédio teríamos que reunir para juntarmos 1 tonelada (1000 kg), pense então em 2517 kg, é um montão, uma montanha. Pois esta foi a quantidade de medicamentos que a Secretaria Municipal de Saúde de Uberaba incinerou, isto mesmo, tascou fogo em mais de 2,5 toneladas de remédio que deixou vencer.

Este absurdo só veio à tona por denúncia do conselheiro de saúde Jurandir Ferreira. Ele, aproveitando, e muito bem, o tempo de folga que lhe confere sua aposentadoria, representa o povo de sua cidade no Conselho Municipal de Saúde, resiste a constantes propostas indecorosas e ameaças para que deixe seu cargo, além de evitar se filiar a partidos políticos, para não formar vínculos com a politicagem.

Pessoas, principalmente de baixa renda, aposentados que ganham o mínimo, desempregados, vão aos postos de saúde com receitas na mão e recebem um “não”. “Não tem esse(s) remédio(s), sua receita está vencida, o preenchimento está incompleto ou incorreto, esse medicamento não consta em nossa lista”. Apesar disso deixaram vencer essas toneladas de remédio. É quantia para transportar de caminhão, pois se for de caminhonete teríamos que dar várias viagens.

As mercearias, os supermercados, as lojas de tinta com muito menos pessoal para trabalhar dão um baile na Prefeitura de Uberaba no quesito controle de estoques. Um empresa privada que tivesse este nível de competência quebraria em poucos meses.

Todos sabemos, mesmo que intuitivamente, que devemos comprar conforme consumimos, verificando os prazos de validade e o estado de conservação das mercadorias. Será que estas regras básicas são tão difíceis quando se trata de uma secretaria de saúde interiorana?

A cidade de Uberaba, na atual administração tem adquirido medicamentos de forma errônea, vivem decretando emergência e atropelando os devidos processos de licitação, por outro lado, geralmente raspam o fundo do tacho das prestações de contas para atender o mínimo previsto em lei para a saúde. Parece até que a política de saúde é atender o mínimo do mínimo.

Ao mesmo tempo, o Prefeito Anderson Adauto, disse em 2010 em uma emissora de rádio que: compraria remédios neste ano até que o dinheiro acabasse, e depois deixaria faltar. Pasme leitor, a administração da verba destinada aos medicamentos foi tão caótica que gastaram apenas 1/3 do total destinado em 8 meses e agora terão apenas 120 dias para utilizar o restante, isto em uma cidade onde alguns morrem por faltar bom atendimento.

A construção de um hospital acanhado e caro, em um trevo, ao lado de um posto de gasolina e de um cemitério é apenas mais uma página da doença administrativa de Uberaba.

Leia semanalmente o jornal Jumbinho


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