Pesquisar este blog

domingo, 11 de dezembro de 2011

EMANCIPADOS PARA MORRER


 Diante deste comentário do MARIMBONDO:

"Marcelo, ... acho interessante ser discutido no blog; sobre a criação de mais Estados no Brasil, pelo que parece a população está percebendo melhor as intenções de seus criadores, quanto mais estados pequenos e pobres, mais os deputados e senadores de estados atrasados, pequenos e pobres recebem dinheiro dos estados mais ricos, gastam e roubam descaradamente e votam para manter o atraso. Assim, os estados mais corruptos e pobres (por serem mais corruptos são MUITO mais pobres) mandam no Brasil."

resolvi reproduzir este artigo divulgado no Jornal JUMBINHO:



EMANCIPADOS PARA MORRER


Vira e mexe tem gente, especialmente os engajados na política, pregando a emancipação de algum distrito ou território para formar respectivamente, uma nova cidade ou estado da federação.




Na esmagadora maioria das vezes, o povo quando consultado vota sim nos plebiscitos aprovando as separações, hora acreditando que a autonomia ajuda o desenvolvimento, hora na expectativa de abocanhar um dos novos cargos públicos que, inevitáveis, surgem.




Para cada novo estado temos três senadores, alguns deputados estaduais, outros federais, governador, vice, todos munidos de assessores, servidores de carreira, secretariado e muito mais, um novo judiciário, polícia civil e militar, bombeiros e toda uma hierarquia que os acompanha.




Criar novos municípios implica em empregar nove ou mais vereadores, prefeito, vice, dezenas ou centenas de assessores, secretários disso e daquilo...




A turma que ocupa as novas vagas no serviço público não fica sem teto: palácio de governo, sede da câmara, fóruns, batalhões, imóveis de secretarias, alugados ou não, surgem, geralmente dotados de pompa e luxo. Como a turma não anda a pé, uma frota é encomendada e constantemente revisada e trocada.




Em se tratando de despesas de governo, vale a regra: aumentar sempre e cortar jamais. O governo militar criou a figura do terceiro senador por estado, os civis retornaram ao poder, gostaram do que viram e assim mantiveram, são 81 com seus dois suplentes a tiracolo.




Outras regras foram modificadas ao longo do tempo, vereadores que até meados da década de 60 não eram remunerados, passaram a sê-lo e regiamente. Por falar em “régio”, não perdemos os costumes da monarquia, quem chega ao poder geralmente se sente dono da “rês” pública. Pobre república!




As ondas emancipacionistas fizeram do Brasil um país lotado de cidades, e do estado de Minas o campeão, mas não pense que cada uma dá conta de sua própria manutenção, pelo contrário, a maioria vive do Fundo de Participação dos Municípios, que tirando dinheiro dos eficientes mantém os ineficientes. Foi só ocorrer uma crise de arrecadação entre 2008 e 2009 para que a “prefeitada” ficasse de pires na mão a fim de manter suas onerosas estruturas de poder.




Em algumas localidades pequenas quando a oposição chega ao poder, evita mandar os adversários embora para que eles não façam campanha contra nos próximos quatro anos, ao mesmo tempo que vai criando novos cargos para acomodar sua turma, que trabalhará pela reeleição.




Uma atitude republicana seria evitar emancipações e criar metas de sustentação para municípios e estados. Metas estas, que se não fossem cumpridas, implicariam em fusões.


Os portugueses, inteligentemente, fundavam cidades para ocupar o território da colônia e garantir sua posse. Hoje quem cria são os políticos, para garantir mais posses.


Nenhum comentário:

Postar um comentário