Todo mundo sabe que a poupança levou um golpe
e que o seu rendimento, para novos depósitos, ficará ainda pior que
o atual. Mas, o que levaria uma Presidente, que já deve estar
preparando sua plataforma de reeleição, a tomar essa atitude
impopular?
Para compreendermos a principal
razão, temos que estar cientes de que o Brasil, leia-se governo
federal, está excessivamente endividado (o montante já se aproxima
de 2 trilhões de Reais). Diariamente, o governo quita os papéis que
estão vencendo e, simultaneamente, emite novos títulos, essas
negociações são realizadas no Banco Central e são balizadas por
uma taxa de juros, denominada SELIC.
Fazendo um paralelo
com um cidadão, a situação é muito semelhante a de uma pessoa que
pega emprestado com um agiota para saldar a dívida que tem com
outro.
Como vimos, a taxa
SELIC, que é fixada em reuniões do Banco Central, serve de
referência para remunerar o dinheiro que o governo capta na praça.
Os grandes financiadores da dívida são os bancos, estes por sua
vez, formam e remuneram os fundos de investimento, que são
alimentados pelas pessoas e empresas que “aplicam” o dinheiro que
dispõem em suas contas bancárias.
A caderneta de
poupança segue outras regras e o dinheiro toma outro rumo: não
exige grandes quantias, tem garantia do governo até certo limite,
rende 6,17% ao ano mais a Taxa de Referência, e o montante que os
bancos tem em depósito se destinam, não à rolagem da dívida do
governo, mas ao setor de habitação, o que facilita a aquisição da
casa própria.
Acompanhe agora a
lógica: ao necessitar de empréstimos o governo conta com o dinheiro
depositado nos bancos pelos correntistas, os bancos, por sua vez,
administram fundos remunerados pela SELIC e repassam parte do lucro
aos seus aplicadores. Mas, e se a poupança estiver “dando” mais
que as boas aplicações? –Muito simples: o dinheiro migrará para
as cadernetas.
Aí é que mora o
problema: o governo Dilma quer gastar menos com a rolagem da nossa
dívida, para tal quer reduzir a SELIC (hoje a taxa de juros pagos
pelo Brasil é a segunda maior do mundo, só perdendo para a da
Turquia). Ao promover a redução haveria uma corrida dos capitais
para a poupança (em busca de maior lucratividade) e faltaria fôlego
para saldar diariamente os títulos que vencessem. Portanto, num
raciocínio simplista, o governo desestimula a poupança.
Dilma não deveria
agir contra o poupador, como o fez, a poupança é a forma dos
brasileiros garantirem seu futuro, livrando muitos do salário cada
vez mais mixo pago pelo INSS.
O correto seria
combater a roubalheira, diminuir o custeio da máquina e formar
reservas que combatessem o endividamento no qual, principalmente o
governo anterior, nos meteu.
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