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terça-feira, 8 de maio de 2012

Poupança. Por que mudou?


Todo mundo sabe que a poupança levou um golpe e que o seu rendimento, para novos depósitos, ficará ainda pior que o atual. Mas, o que levaria uma Presidente, que já deve estar preparando sua plataforma de reeleição, a tomar essa atitude impopular?
 
Para compreendermos a principal razão, temos que estar cientes de que o Brasil, leia-se governo federal, está excessivamente endividado (o montante já se aproxima de 2 trilhões de Reais). Diariamente, o governo quita os papéis que estão vencendo e, simultaneamente, emite novos títulos, essas negociações são realizadas no Banco Central e são balizadas por uma taxa de juros, denominada SELIC.
 
Fazendo um paralelo com um cidadão, a situação é muito semelhante a de uma pessoa que pega emprestado com um agiota para saldar a dívida que tem com outro.
 
Como vimos, a taxa SELIC, que é fixada em reuniões do Banco Central, serve de referência para remunerar o dinheiro que o governo capta na praça. Os grandes financiadores da dívida são os bancos, estes por sua vez, formam e remuneram os fundos de investimento, que são alimentados pelas pessoas e empresas que “aplicam” o dinheiro que dispõem em suas contas bancárias.
 
A caderneta de poupança segue outras regras e o dinheiro toma outro rumo: não exige grandes quantias, tem garantia do governo até certo limite, rende 6,17% ao ano mais a Taxa de Referência, e o montante que os bancos tem em depósito se destinam, não à rolagem da dívida do governo, mas ao setor de habitação, o que facilita a aquisição da casa própria.
 
Acompanhe agora a lógica: ao necessitar de empréstimos o governo conta com o dinheiro depositado nos bancos pelos correntistas, os bancos, por sua vez, administram fundos remunerados pela SELIC e repassam parte do lucro aos seus aplicadores. Mas, e se a poupança estiver “dando” mais que as boas aplicações? –Muito simples: o dinheiro migrará para as cadernetas.
 
Aí é que mora o problema: o governo Dilma quer gastar menos com a rolagem da nossa dívida, para tal quer reduzir a SELIC (hoje a taxa de juros pagos pelo Brasil é a segunda maior do mundo, só perdendo para a da Turquia). Ao promover a redução haveria uma corrida dos capitais para a poupança (em busca de maior lucratividade) e faltaria fôlego para saldar diariamente os títulos que vencessem. Portanto, num raciocínio simplista, o governo desestimula a poupança.
 
Dilma não deveria agir contra o poupador, como o fez, a poupança é a forma dos brasileiros garantirem seu futuro, livrando muitos do salário cada vez mais mixo pago pelo INSS.
 
O correto seria combater a roubalheira, diminuir o custeio da máquina e formar reservas que combatessem o endividamento no qual, principalmente o governo anterior, nos meteu.

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