Desamparados
O povo decidiu, através do voto, em referendo
realizado em 23 de Outubro de 2005, que os civis permaneceriam com o
direito de comprar armas de fogo. O resultado foi 66% dos votos
contra um artigo que permitiria armas somente a determinados
grupamentos, como por exemplo os policiais.
Embora o governo Lula tenha sido
derrotado de forma fragorosa, pois exerceu influência pelo total
desarme da população, as lideranças petistas preferiram ignorar o
recado das urnas, e não refizeram o estatuto do desarmamento para
adequá-lo ao clamor popular.
Continuam retirando as armas da
mão dos cidadãos, seja através de campanhas que conclamam a
entrega de armas em postos policiais, ou apreendendo-as em situação
de flagrante.
Possuir uma arma para fazer a
legítima defesa da vida ou do patrimônio se tornou uma missão
praticamente impossível, pois obter licença para possuí-la é um
trabalho de Hércules, contando com a paciência de Jó e o dinheiro
do Tio Patinhas.
Como ficou fácil, a bandidagem
das ruas (aquela que não usa colarinho branco) partiu para a ação.
Eles trabalham com uma certeza: as pessoas de bem, por serem de bem,
estão desarmadas, é só ir e buscar.
Junte agora, ao desarmamento, as
brechas das leis e a morosidade da Justiça, pronto: está feita a
injustiça, ambiente propício à criminalidade.
Postos de gasolina, supermercados
e lojas se tornaram alvos fáceis e fixos, condutores de veículos,
bicicletas viraram alvos fáceis e móveis. É o festival do delito
para o meliante que possua uma arma ou sua réplica, mesmo que de
plástico, ou você acha que é possível testar?
A certeza de que as pessoas de
bem estarão desarmadas tem proporcionado o aumento da ousadia dos
assaltantes, principalmente nas áreas rurais, onde o filho chora com
um revólver na cabeça e a mãe só não vê se não estiver próxima
ou se já não estiver baleada e morta.
Ficou fácil! Após escolher quem
vão assaltar, os bandidos não precisam correr riscos, pois basta
fazer uma denuncia anônima informando que em tal endereço há uma
arma irregular. É só esperar um pouco, e a polícia cumprindo sua
obrigação legal, irá ao local e recolherá armamento e munição
que possivelmente existam. O caminho está aberto, franqueado ao
latrocínio e estupro.
Confesso a ignorância que me
acompanhava no passado, votei na época a favor do desarmamento da
população, de nada adiantaria, mas fosse hoje, mudaria meu voto.
Não dá para imaginarmos regras de primeiro mundo, como dos países
europeus, se ainda somos um povo bárbaro.
Os Estados Unidos possuem uma
população armada e um índice de assassinatos cerca de cinco vezes
menor que o do Brasil. Lá o bandido pensa duas vezes: a vítima pode
estar armada para se defender, poderei ser preso e realmente ficar na
cadeia.
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