Artigo a ser divulgado pelo jornal JUMBINHO
O Brasil está travado
Há algum tempo, quando este articulista, em
meio à torrente de publicidade em prol do ufanismo, patrocinada pelo
governo Lula, escrevia algumas linhas fazendo referência à
desindustrialização de nosso país, as ideias e palavras poderiam
parecer vãs e desconectadas da realidade.
O tempo, que é senhor da verdade, não parou
de passar e nos trouxe para um momento em que o tema entrou nas rodas
que comentam a economia. O fato de o Brasil ter sido, mais uma vez, a
nação com menor crescimento econômico entre as que compõem a
América do Sul, somado à informação que 1 de cada 4 produtos
comercializados no país foi fabricado no estrangeiro, acendeu o
sinal amarelo do governo federal.
Rever acordos como o automobilístico com o
México, sustentar o valor do dólar americano de forma artificial,
baixar impostos de um determinado setor, que esteja mais afetado, são
apenas medidas paliativas.
Em que ponto estaria nossa incompetência
produtiva? Porque não conseguimos avançar como a China e a Índia?
Como sempre, as questões complexas, envolvem fatores complexos.
Dizer que a legislação trabalhista é arcaica, constatar que
pagamos impostos abusivos, fazer referência a nossa infra estrutura
incompleta e sucateada ajuda a entender o problema.
Desejo, no entanto, ir ao cerne, desatar o nó,
mexer na ferida. A verdade é que o Brasil ignora o ensino público e
o particular se arrasta a sua sombra. Não formamos cidadão
críticos, damos diplomas a pessoas que sequer conhecem seu direitos
e muito menos seus deveres, portanto, não há uma massa crítica que
cobre o devido uso das verbas públicas.
Somos um bando de analfabetos funcionais,
temos dificuldades de colocar máquinas para movimentar, os manuais
de instruções são desprezados, as normas pouco divulgadas, as
matéria primas esperdiçadas.
Como há falhas gritantes nos cursos de
graduação e suas sequências, os profissionais pouco criam, o
número de patentes registradas é ridículo e pior ainda é a
ausência de inovação.
As empresas industriais brasileiras estão se
tornando importadoras de produtos semi acabados, o maquinário é via
de regra estrangeiro e não há indícios de que alterações
positivas virão, já que a falta de conhecimento formal enterra as
chances do empreendedorismo.
Nossa educação vai mal pois não há
compromisso com o futuro. Governantes de má fé perceberam que
recolher crianças nas escolas, oferecendo um pseudo ensino integral
dá votos e possibilita reeleições. As escolas se tornaram
depósitos de crianças que são lá colocados para não atrapalhar
alguns pais.
Quanto ao profissional, o professor, os
governantes fingem que pagam e nas condições oferecidas eles tem
que fingir que ensinam. Porém no setor industrial não dá para
fingir que sabemos produzir algo.
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