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sexta-feira, 23 de março de 2012

O Brasil está travado


Artigo a ser divulgado pelo jornal JUMBINHO

O Brasil está travado

Há algum tempo, quando este articulista, em meio à torrente de publicidade em prol do ufanismo, patrocinada pelo governo Lula, escrevia algumas linhas fazendo referência à desindustrialização de nosso país, as ideias e palavras poderiam parecer vãs e desconectadas da realidade.

O tempo, que é senhor da verdade, não parou de passar e nos trouxe para um momento em que o tema entrou nas rodas que comentam a economia. O fato de o Brasil ter sido, mais uma vez, a nação com menor crescimento econômico entre as que compõem a América do Sul, somado à informação que 1 de cada 4 produtos comercializados no país foi fabricado no estrangeiro, acendeu o sinal amarelo do governo federal.

Rever acordos como o automobilístico com o México, sustentar o valor do dólar americano de forma artificial, baixar impostos de um determinado setor, que esteja mais afetado, são apenas medidas paliativas.

Em que ponto estaria nossa incompetência produtiva? Porque não conseguimos avançar como a China e a Índia? Como sempre, as questões complexas, envolvem fatores complexos. Dizer que a legislação trabalhista é arcaica, constatar que pagamos impostos abusivos, fazer referência a nossa infra estrutura incompleta e sucateada ajuda a entender o problema.

Desejo, no entanto, ir ao cerne, desatar o nó, mexer na ferida. A verdade é que o Brasil ignora o ensino público e o particular se arrasta a sua sombra. Não formamos cidadão críticos, damos diplomas a pessoas que sequer conhecem seu direitos e muito menos seus deveres, portanto, não há uma massa crítica que cobre o devido uso das verbas públicas.

 Somos um bando de analfabetos funcionais, temos dificuldades de colocar máquinas para movimentar, os manuais de instruções são desprezados, as normas pouco divulgadas, as matéria primas esperdiçadas.

Como há falhas gritantes nos cursos de graduação e suas sequências, os profissionais pouco criam, o número de patentes registradas é ridículo e pior ainda é a ausência de inovação.
As empresas industriais brasileiras estão se tornando importadoras de produtos semi acabados, o maquinário é via de regra estrangeiro e não há indícios de que alterações positivas virão, já que a falta de conhecimento formal enterra as chances do empreendedorismo.

Nossa educação vai mal pois não há compromisso com o futuro. Governantes de má fé perceberam que recolher crianças nas escolas, oferecendo um pseudo ensino integral dá votos e possibilita reeleições. As escolas se tornaram depósitos de crianças que são lá colocados para não atrapalhar alguns pais.

Quanto ao profissional, o professor, os governantes fingem que pagam e nas condições oferecidas eles tem que fingir que ensinam. Porém no setor industrial não dá para fingir que sabemos produzir algo.

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