Máfia das ambulâncias em Uberaba

Artigo para o Jornal JUMBINHO

Máfia das ambulâncias em Uberaba

Antes de conclusões definitivas, devemos lembrar que suspeitas e indiciamentos não significam culpa ou condenação. Por outro lado não podemos menosprezar ou denegrir o zelo e a capacidade dos componentes do Ministério Público, popularmente conhecidos como promotores.

Em Uberaba, conselheiros municipais de saúde, entre eles Jurandir Ferreira, perceberam e denunciaram, uma quadrilha que estaria atuando na manutenção de ambulâncias. Houve, dentre outras formas de investigar, quebra de sigilo telefônico, que permitiu gravações comprometedoras.

Segundo o Promotor de Defesa do Patrimônio Público, José Carlos Fernandes Júnior, uma empresa de manutenção mecânica e diversos funcionários da Prefeitura, teriam formado um bando para desvio de verbas da saúde.

Quando uma ambulância do Município de Uberaba apresentava defeito, uma certa oficina era contatada, este centro automotivo cuidava de obter orçamentos fraudados ou falsificados de concorrentes para colocar sua oferta como vencedora.

Estima se que o volume de dinheiro transferido à oficina seja da ordem de 500 mil Reais, sendo que há irregularidades em diversos contratos que somam R$ 352.134,41, tudo isso entre 2008 e 2010.

Para cada serviço os envolvidos na trama apresentavam três orçamentos: o do Centro Automotivo Uberaba, que ganhava por indicar preço menor e dois outros confeccionados mediante fraudes ou falsificações.

O caso agravou quando a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) apresentou à Promotoria documentação de uma suposta investigação interna, pois a perspicácia do Promotor José Carlos detectou fraude na documentação da mesma.

O atual Secretário de Saúde, Valdemar Hial e o Prefeito Anderson Adauto, quiseram transparecer que eles teriam sido os autores da queixa ao Ministério Público, usando a tal investigação, mas estes fatos não correspondem a verdade.

A Promotoria está processando os supostos autores: a empresa Centro Automotivo Uberaba, seus administradores Jorge Marcos de Paula, Eli Aparecida Martins de Oliveira, Pedro Humberto de Brito, João Batista Xavier, seus funcionários Michelle Luís Damas, Mariana Cardoso Cristino, Antônio Augusto Hércules de Oliveira, além de Luiz Carlos Ridemitsyu Chaem (Ex-diretor da SMS, atualmente na Cohagra, órgão do município) Gilberto Machado Magnino (sub-secretario da SMS), Graciela Souza Melo Silva (SMS), , Érica Maria Ferreira (licitação PMU), Moisés Nunes Da Silva (SMS), Euclides Vaz da Cunha Júnior, Marco Antônio Miranda (licitação PMU), Valdemar Hial (Atual secretário da SMS), Maria Thereza Rodrigues da Cunha (ex-secretaria), Moisés Amâncio de Souza (ex-sub-secretário SMS), Émerson Antônio da Silva Galvão (assessor jurídico). Decisão judicial já afastou alguns destes de seus cargos, além de indisponibilizar seu bens.