PMs presos na delegacia
Entre os muitos fatores que inibem a
criminalidade destaca-se a efetiva presença de policiais nas ruas.
Sendo maior o contingente, os meliantes terão menor campo para
“trabalhar” e caso o façam enfrentarão maiores possibilidades
de serem apanhados. Por analogia podemos aplicar o mesmo raciocínio
em relação ao número de viaturas em circulação.
Se o que afirmo é obvio, a
carência de verbas para melhorar o quadro também o é, mas passo a
tratar de fatos que tem tirado Policiais Militares e viaturas das
ruas, e que podem ser modificados.
Costumeiramente os PMs trabalham
em duplas num carro, ao atenderem um chamado, por exemplo de furto ou
roubo, eles ocasionalmente podem obter sucesso e deter os suspeitos.
Aí começa uma verdadeira saga.
Eles tem que qualificar, ou seja,
levantar dados das vítimas, dos suspeitos e testemunhas, como
endereço, documentos, filiação, descrever o objeto tentado, narrar
fatos, rotas de fuga, veículos ou armas utilizadas e etc.
Finda esta fase que sabemos ser
indispensável, os PMs, juntam anotações, provas e suspeitos,
convocam vítimas e testemunhas e rumam para uma delegacia da Polícia
Civil.
Lá, os casos vão sendo
atendidos perante uma eterna privação de mão de obra, seja de
delegados ou de escrivães. Como o trabalho é muito e alguns casos
são complexos, forma se uma demorada fila.
É neste ponto que quero
interferir, como cidadão quero propor modificações: Os PMs e a
viatura ficam presos na fila da delegacia em função de um único
caso. Enquanto isso a bandidagem continua agindo nas ruas, facilitada
pela ausência policial.
Trago agora minha sugestão: como
o suspeito está detido e será o último a depor, como as vítimas
tem a tendência de se submeter ao horário estipulado pela Polícia
Civil, já que é a primeira e maior interessada, por que não marcar
uma hora para que os PMs compareçam à delegacia e tratem de todos
os casos em que tenham sido envolvidos? Assim, os Policiais
Militares, ao invés de permanecerem “presos” junto com o
suspeito que conduziram, voltariam às ruas dando continuidade ao seu
serviço, que causa desgosto aos infratores da lei.
Pensemos em um exemplo: uma dupla
de PMs estaria em turno de oito horas, nas duas primeiras prenderiam
alguém que estivesse depredando o patrimônio público, conduziriam
o flagrado à delegacia e lá pela terceira hora poderiam voltar às
ruas para abordar indivíduos suspeitos, com alguma sorte, na quarta
hora, recuperariam algum material furtado e o deteriam o devido
suspeito. Eles agendariam com os policiais da Civil para prestar seus
depoimentos e fazer a “papelada” na sétima e oitava hora,
englobando os dois casos.
Por não ser do ramo, posso estar
apresentando argumentos divergentes da realidade, porém não há como negar que o pior que pode acontecer à segurança da sociedade é
os PMs continuarem sendo presos na delegacia.
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