Artigo do próximo EXPRESSO
Um mundo mais azul
Anos atrás, muitas famílias escondiam da
sociedade, filhos que fossem excepcionais em porões ou trancados em
quartos, as escolas tentavam fazer os “demoníacos” canhotos
virarem destros.
O mundo mudou, mas nem tanto: a
Escola Dr. José Ferreira impediu que uma aluna assistisse aulas
porque ela tingiu os cabelos de azul. A instituição feriu os
direitos básicos da dignidade e identidade da pessoa humana.
Não existem escolas que estejam
acima da Constituição, elas existem para ensinar e não para
etiquetar pessoas. A democracia passa pela vontade da maioria, mas
sem desrespeitar leis, muito menos as fundamentais, e nem massacrar
as minorias por sua opinião ou comportamento.
A aluna foi retirada da sala de
aula numa Segunda, o pai foi ao colégio a tarde, pediu prazo para
procurar outra escola, mas na Quarta ela foi barrada na portaria e o
diretor, procurado, se recusou a conversar com o pai, e depois com a
imprensa.
Seria justo barrar o véu de
freira ou uma burca muçulmana? O obeso? A cabeça raspada? O ruivo?
O cego? O ateu? O nissei? A “oxigenada”? O maneta? A cadeira de
rodas verde limão? O black power? (leia-se negro); O judeu? O
banguela? O estrangeiro? O famoso? O pobre? O rico? O corcunda?
Escolas devem derrubar
preconceitos, pregar inclusão, respeitar desigualdades, reprimir o
“bullying” e principalmente acolher os que querem aprender, e não
praticar o oposto!
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