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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

A menina azul

Direitos civis, este é um assunto muito, muito sério!

Ninguém, muito menos uma escola cada vez pior no ENEM, é dono ou mandatário do corpo de outrem. O indivíduo, especialmente o maior de idade, pode escolher ser tatuado, pintar ou raspar os cabelos, usar brinco ou piercing, gostemos ou não.

A aluna ser barrada pela Escola Cenecista Dr. José Ferreira,  a mesma instituição que firmou contrato sem licitação para fornecer apostilecas para a Prefeitura Municipal de Uberaba, é a ponta de um iceberg, o da intolerância.

Se não houver resposta da sociedade e da imprensa à altura da gravidade do fato amanhã qualquer instituição meia boca vai barrar não só os azuis barrará os negros os amarelos, mandará que se acalme o black power.

A alegação de que a escolita é privada e não pública é inócua: a educação é um dever de ESTADO, e a escola é uma concessionária autorizada pelo Ministério para tal.

A alegação de que a escolita tem um estatuto é questionável, em primeiro lugar porque ele não está claramente publicado, não deixa claro a regra contra os azuis e principalmente: todo e qualquer regulamento está abaixo de leis maiores, como a Constituição, por exemplo.

A alegação de que os azuis distraem os pretos, os ruivos, os brancos e os loiros é risível. Imagine se a escola resolve proibir o bronzeamento, a mudança de penteado, o uso de aparelhos dentários, a alteração do modelo de uma mochila.

Escolas existem para ensinar, um aluno não pode ser impedido de entrar e ficar na rua à revelia de seus responsáveis, o ensino é um direito do menor. Se o aluno tiver seu uniforme roubado no varal à noite na manhã seguinte deve perder conteúdo do ensino?

Ontem foi a menina azul, na década de 1940 os judeus, na Africa do Sul o Apartheid, nos Estados Unidos o assassinato de Luterking, no Iraque Sadam perseguia os curdos, em comum a intolerância.

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