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quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Está sobrando água

A seca foi intensa, a maior de muitos anos, mas não devemos cair no imediatismo e alegar que tal fato aconteceu apenas e tão somente devido à ação do ser humano, senão como explicaremos secas ocorridas a dezenas e até centenas de anos atrás, quando sequer tínhamos ferramentas com poderio suficiente para “atacarmos” a natureza.

 
 Veja o caso de Uberaba: o último Prefeito que buscou novas fontes de capitação e abastecimento foi Marcos Montes, hoje Deputado Federal, que através de sua equipe propôs e realizou a capitação de águas do Rio Claro, que por transposição se soma ao Rio Uberaba, além disso somou ao montante obtido, a perfuração de três poços profundos, dois deles oferecidos como indenização de um acidente ferroviário que contaminou importante manancial do Município. No entanto o governo de Montes se encerrou há dez anos, e depois...,nada.
A Capital do Zebu, a exemplo de milhares de cidades do País, aumentou a sua população, e viu secar suas torneiras, pergunta: tal problema se deve a fenômenos naturais ou à negligência administrativa?
 
Outro caso a se considerar é o de Itu - SP, esta cidade está próxima ao Rio Tietê, mas diante da incapacidade da capital do estado tratar devidamente seu esgoto, este manancial se torna inútil, assim seus habitantes padecem no paraíso.
Novamente em Uberaba, há poucos dias, os bombeiros ficaram sem água para apagar um incêndio de pequenas proporções, surge a pergunta: onde está o tratamento de esgoto prometido à população? Ou será que só se deve combater incêndio com água tratada e potável?
 
Boa parte da água que se trata Brasil afora é perdida em vazamentos das tubulações de rua, mas ao invés de combatê-los com eficácia, as lideranças preferem culpar o povo pelas médias de consumo. Mais uma vez o caso de Uberaba: o Prefeito anterior, Anderson Adauto, preferiu trocar os hidrômetros a revisar os canos que nos servem água, para piorar, o Prefeito atual, Paulo Piau, cogita “bi-trocar” alguns medidores.
 
Não necessitamos de água extremamente limpa para todas nossas atividades, por isso poderíamos canalizar, em separado, a água que sai ou deveria sair das estações de tratamento de esgoto, para reutilizá-la para fins menos nobres como regar jardins, lavar ruas e calçadas, apagar incêndios, dar descargas em vasos sanitários, etc.
Israel dá o exemplo: capta água do mar, retira seu sal, a utiliza na agricultura, produzindo, por exemplo, frutas de altíssima qualidade que vão abastecer as mesas de refeição na Europa.
 
Portanto, está sobrando água, mas ela está escapando entre nossos dedos.
 
SÃO FRANCISCO: No Brasil é mais fácil desviar verbas do que águas.

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