A seca foi intensa, a maior de muitos anos, mas não devemos cair no imediatismo e alegar que tal fato aconteceu apenas e tão somente devido à ação do ser humano, senão como explicaremos secas ocorridas a dezenas e até centenas de anos atrás, quando sequer tínhamos ferramentas com poderio suficiente para “atacarmos” a natureza.
Veja o
caso de Uberaba: o último Prefeito que buscou novas fontes de
capitação e abastecimento foi Marcos Montes, hoje Deputado Federal,
que através de sua equipe propôs e realizou a capitação de águas
do Rio Claro, que por transposição se soma ao Rio Uberaba, além
disso somou ao montante obtido, a perfuração de três poços
profundos, dois deles oferecidos como indenização de um acidente
ferroviário que contaminou importante manancial do Município. No
entanto o governo de Montes se encerrou há dez anos, e depois...,nada.
A
Capital do Zebu, a exemplo de milhares de cidades do País, aumentou
a sua população, e viu secar suas torneiras, pergunta: tal problema
se deve a fenômenos naturais ou à negligência administrativa?
Outro
caso a se considerar é o de Itu - SP, esta cidade está próxima ao
Rio Tietê, mas diante da incapacidade da capital do estado tratar
devidamente seu esgoto, este manancial se torna inútil, assim seus
habitantes padecem no paraíso.
Novamente
em Uberaba, há poucos dias, os bombeiros ficaram sem água para
apagar um incêndio de pequenas proporções, surge a pergunta: onde
está o tratamento de esgoto prometido à população? Ou será que
só se deve combater incêndio com água tratada e potável?
Boa
parte da água que se trata Brasil afora é perdida em vazamentos das
tubulações de rua, mas ao invés de combatê-los com eficácia, as
lideranças preferem culpar o povo pelas médias de consumo. Mais uma
vez o caso de Uberaba: o Prefeito anterior, Anderson Adauto, preferiu
trocar os hidrômetros a revisar os canos que nos servem água, para
piorar, o Prefeito atual, Paulo Piau, cogita “bi-trocar” alguns
medidores.
Não
necessitamos de água extremamente limpa para todas nossas
atividades, por isso poderíamos canalizar, em separado, a água que
sai ou deveria sair das estações de tratamento de esgoto, para
reutilizá-la para fins menos nobres como regar jardins, lavar ruas e
calçadas, apagar incêndios, dar descargas em vasos sanitários,
etc.
Israel
dá o exemplo: capta água do mar, retira seu sal, a utiliza na
agricultura, produzindo, por exemplo, frutas de altíssima qualidade
que vão abastecer as mesas de refeição na Europa.
Portanto,
está sobrando água, mas ela está escapando entre nossos dedos.
SÃO
FRANCISCO: No Brasil é mais fácil desviar verbas do que águas.
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