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terça-feira, 10 de julho de 2012

Voluntários da Pátria


Voluntários da Pátria

Olhando o mapa de Uberaba não encontrei sequer uma travessa que homenageasse os Voluntários da Pátria, o fato ajuda entender porque às vezes referem-se a este pedaço de chão do Triângulo Mineiro como “Terra Madrasta”.
 
Os “Voluntários” aos quais refiro, foram as pessoas que se apresentaram para compor um exército brasileiro com a finalidade de retomar territórios invadidos pelo Paraguai.
 
Francisco Solano López, presidente paraguaio comandou invasões a terras argentinas e brasileiras, provocando a chamada Guerra do Paraguai que durou de Dezembro de 1864 a Março de 1870.
 
O conflito foi vencido pela tríplice aliança (Argentina, Brasil e Uruguai) e custou a ambos lados milhares de almas, sendo que os vencidos perderam boa parte de sua população e território.
 
Embora alguns historiadores de esquerda aleguem que a atuação brasileira tenha sido servil à Inglaterra (a maior potência econômica da época) e com a finalidade de massacrar um país que estaria em plena ascensão, há fatos que nos fazem crer em outra realidade.
   
Quem visita o estado do Mato Grosso do Sul, muitas vezes saboreia a carne de porco do mato e, ao buscar sua origem, se surpreende ao saber que o animal é um descendente de “sobreviventes” da Guerra do Paraguai:
 
Quando o exército de Solano López invadiu a então Província do Mato Grosso, na Região de Corumbá, além de tomar a referida cidade passou a atacar as fazendas, deixando para trás a “terra arrasada”, assassinando moradores e suas criações, mas alguns porcos escapavam e se tornaram selvagens.
 
E Uberaba, onde entra nesta história? – Aqui, em Julho de 1865, começaram a chegar forças expedicionárias de São Paulo, da capital mineira e de outras procedências, para lutarem no Mato Grosso e norte do Paraguai, um grupamento de 4 mil homens. Eles acamparam onde hoje fica a praça do quartel.
 
A primeira batalha dos voluntários foi contra a varíola, muitos padeceram: morriam 3, 4, 5, 6, 7 ou mais soldados por dia...
 
Em 4 de Setembro daquele ano, aqueles milhares, receberam instruções e ordens para caminhar (a pé mesmo) rumo à fronteira em guerra.
 
Coube ao Brasil moderar em favor do Paraguai, pois os comandos argentinos queriam eliminar o inimigo do mapa, tomando e anexando todo seu território.
 
Os voluntários negros que voltaram desta guerra foram alforriados e sua nova condição inspirou e alimentou a abolição que veio em poucos anos.
 
Uberaba hoje age como uma madrasta, os alunos de suas escolas, inclusive universitários, ignoram a maioria destes fatos, e como já informado, não há aqui logradouro ou memorial que homenageie os Voluntários da Pátria.

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