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terça-feira, 3 de julho de 2012

O Estado Anunciante

Este artigo será divulgado pelo Jornal JUMBINHO

O Estado Anunciante

    Uma tela de um pintor famoso vira notícia após ser vendida por milhões. Mas o que levaria um pedaço de tecido, coberto por um monte de tinta criteriosamente distribuída, no qual foram empregados alguns meses de mão de obra de um artista, valerem tanto? Pode crer, é uma questão cultural! Têm a ver com nossos usos e costumes.
    Imagine este mesmo quadro, ser encontrado por um índio no meio da selva, sua tribo poderá olhá-lo, achar belo e até colocá-lo em local de destaque na taba, mas com total certeza, nenhum dos nativos pensará que aquela obra de arte vale mais que sua oca de capim seco.
    O mesmos hábitos de consumo e as atitudes culturais criam anomalias como os salários de alguns desportistas, atores de cinema ou TV, pilotos de automóveis e outros, que por melhor que sejam no que fazem ainda são humanos e substituíveis.
    Em épocas remotas, quando ainda abrigávamos em cavernas, nós, os homo sapiens, possuíamos líderes que se impunham por habilidades que realmente faziam a diferença. Alguém, para assumir o comando de um clã, deveria fazer algo especial que garantisse a sobrevivência do grupo: Poderia ser um bom caçador, possuir força física avantajada para executar trabalho, demonstrar coragem perante os inimigos, enfim, a liderança era apenas mais uma dura conquista.
    Hoje vivemos em um mundo diferente, há muitos meios de comunicação em massa, e estes viabilizam o surgimento de líderes vazios, verdadeiros santos do pau oco. Em parte este fenômeno é explicado pelo fato de nossa mente, nosso cérebro, ainda ser o mesmo, igual ao de nossos antepassados de milhares de anos.
    A publicidade e propaganda, usados com técnica e planejamento é capaz de produzir ilusões coletivas, mais uma prova disto será colhida em outubro próximo, ao verificarmos os resultados das urnas.
    Muitos confiarão seus votos em candidatos a vereador e prefeito que se apresentarão maquiados de gente boa, da mesma forma que compram um apartamento influenciados por um jogador que nunca será seu vizinho de condomínio ou bebem uma lata de cerveja por indicação de uma cantora que na vida real se abstêm do álcool por motivos de preservação da saúde.
    Estas falhas que possuímos são tão recorrentes que até a atualidade nenhum, mas nenhum país mesmo, possui uma fórmula para evitar que aqueles políticos que disponham mais dinheiro para a campanha tenham mais probabilidades de serem eleitos.
    A massificação de informações ditadas pelo estado, afastando o povo da realidade e gerando comportamentos irracionais, atingiu um auge na Alemanha de Hitler, mas vivemos hoje no Brasil uma situação não muito diferente, gerada pelo Estado Anunciante.
    

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