MPL
Vamos à praça principal da cidade para
trocarmos umas ideias? Chegaremos lá, sentaremos em um banco,
admiraremos o serviço da natureza que recebe uma forcinha dos
jardineiros e se necessário colocaremos resíduos nas lixeiras, tudo
de graça. Opa! Nada grátis, tudo pago por nossos impostos e
disponível para uso público.
O Movimento Passe Livre,
responsável pela eclosão de manifestações país afora, acredita
ser possível a implantação do transporte público livre de
cobrança de passagens. Em princípio essa ideia pode parecer
absurda, pois sua concepção beira um surto esquerdista daqueles sem
pé nem cabeça.
Mas, para balizarmos nossas
opiniões, temos que fazer uma análise mais profunda das vantagens
que trariam um transporte coletivo sem tarifa, leia-se “ônibus de
graça”.
Com o passe livre, toda a classe
trabalhadora e estudantil seria beneficiada, também as empresas e de
duas formas: poupariam gastos com vale transporte e lucrariam com o
aumento da renda de seus consumidores, pois estes não gastariam com
passagens urbanas. Havendo maior consumo de outros bens, aumentaria a
arrecadação de impostos.
Um grande número de veículos
deixaria as ruas, trazendo vantagens: descongestionamento do
trânsito, vagas para estacionar, facilidade de carga e descarga de
mercadorias e menor poluição por gases da combustão dos motores.
Ao retirarmos carros, motos e
bicicletas de circulação, evitaremos acidentes, aliviando
prontos-socorros, hospitais, clínicas de fisioterapia e em
consequência melhoraremos o combalido serviço de saúde, cujos
gastos se iniciam no deslocamento de ambulâncias e viaturas para
resgatar os acidentados.
O transporte público isento de
cobrança seria bancado por nossos impostos, que diga-se de passagem,
em grande parte são desperdiçados em outros campos (inclusive de
futebol), no entanto, isso não alija o setor privado deste processo,
pois as prefeituras podem contratar ônibus a serem remunerados por
quilômetro rodado.
Saindo do imaginário para o
real, o transporte público sem cobrança já existe em alguns
lugares, destacando se no Brasil a cidade de Agudos no interior de
São Paulo, cujo prefeito confirma em vídeo bastante acessado na
internet as vantagens obtidas.
Em Uberaba, na última eleição
para prefeito, o candidato Edson Santana empunhou a bandeira do passe
livre, ao sugerir dois eixos urbanos servidos por coletivos sem
tarifa.
Não há como a frota de veículos crescer indefinidamente sem que o poder público tome providências, uma delas pode ser dar ouvidos ao MPL.
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