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segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Nossa baixa produtividade


Nossa baixa produtividade

Um articulista da revista Veja, em edição recente, narrou ter visto um único construtor americano edificar um barracão de obra em uma manhã, tal fato o deixou intrigado, pois observou construção semelhante sendo feita por cinco empregados de uma construtora brasileira, no mesmo período de tempo.
 
Observe que o americano foi cinco vezes mais produtivo que seus colegas de continente, isto levou o colunista a questionar a relação de salários e preços finais de nossos produtos, mostrando uma séria desvantagem de nossa nação na concorrência de mercado.
 
Pretendo discorrer sobre as razões de tamanha defasagem. Comecemos pelo uso de maquinário: as ferramentas e máquinas, tão necessárias à rápida e adequada execução do serviço são bem mais caras no Brasil, a começar pelos impostos e por serem fabricadas, também, em um ambiente de baixa produtividade.
 
O americano, do caso em questão, dirigiu-se ao local de trabalho em uma caminhonete, aqui os funcionários de uma construção contam com um péssimo transporte coletivo e se possuírem veículos estes serão piores em qualidade e estado de conservação, terão dificuldades para obter seu licenciamento, sua habilitação, além de transitarem em cidades mal cuidadas, pouco planejadas, mal sinalizadas e esburacadas.
 
Nossas leis trabalhistas detonam qualquer possibilidades de se ter jogo de cintura para contratar e dispensar funcionários, engessando a capacidade das empresas e dos trabalhadores. Para aumentar os males da improdutividade temos uma horrenda cultura de não colaboração entre patrões e empregados, hora o empresário não admitindo pagar bem, hora o funcionário produzir mal para não “enriquecer” quem lhe contratou, desta forma todos perdem. A influência do Brasil império faz com que o empregador brasileiro se envergonhe de por a mão na massa, ao mesmo tempo que desvaloriza o trabalho de terceiros, afinal a corte existia (ou ainda existe) para ser servida.
 
Podemos dizer também que o brasileiro tem que trabalhar sob constante tensão, com um olho no gato e outro no peixe, pois tem sempre alguém querendo furtar suas ferramentas, seu veículo (mesmo que seja uma bicicleta barata), arrombar sua casa ou comprometer a segurança de seus familiares.
 
Chegou a hora de falarmos do mais importante para se obter produtividade: O ensino no Brasil é de péssima qualidade e a evasão escolar é pior ainda, em consequência temos funcionários nas edificações com dificuldades para interpretar plantas, marcar obras, ler manuais de instrução de ferramentas e produtos a serem empregados. O problema se estende para a dificuldade de tirar carteira de habilitação, etc., etc..
 
Nosso ponto mais fraco é o ensino, nossos governantes sabem disto, mas preferem ter cinco eleitores mal instruídos que um melhor preparado e crítico.

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