Naufrágios
Já que as últimas notícias do desempenho
econômico têm trazido o brasileiro para a realidade e aproveitando
o momento em que até os ufanistas percebem que o Brasil não tem
vocação para locomotiva e caso fosse vagão estaria freando e
segurando toda a composição, passemos a comparações mais
adequadas:
O Brasil tem muito a ver com o
Titanic, ambos de enorme extensão e nas águas do Atlântico, foram
capitaneados por barbudos que não deram conta do recado.
Os dois, em seu apogeu, fizeram
da publicidade seu carro chefe, mas os que realmente trabalharam para
que fossem construídos sequer foram valorizados.
Com populações
divididas em primeira, segunda e terceira classes, observamos que
enquanto alguns privilegiados se regalam em festanças, os
subalternos convivem com ratos, ambientes insalubres e etc.
Ambos demandaram
bastante esforço para serem construídos, e permanecer neles
significa gastar muito dinheiro, para uns as passagens e para outros
a carga tributária, mas todos vão entrar numa fria.
Enquanto a maioria
dorme em berço esplêndido, seus timoneiros conduzem todos ao
desastre. Os barbudos deixaram o comando e apostam que voltarão
gloriosamente ao cargo, mas suas diretrizes estão conduzindo seus
barcos a destinos fatais.
A prepotência dos capitães, não
os permite enxergar os monstros que podem surgir: para nós a
inflação, a estagnação econômica e o alto nível de
endividamento, para os outros um enorme iceberg.
Há que se reconhecer, que embora
houvesse um barbudo escalado para comandar, quem dava realmente as
cartas em ambos eram os empresários, no barco ordenando acelerar e
neste país, que também poderá naufragar, utilizando-se de
benesses, de tráfico de influência, de fraudes em licitações e
outros delitos para o enriquecimento ilícito.
Apesar dessas
comparações e argumentos beirarem ao mau gosto ou a infantilidade,
devemos tomar o naufrágio do Titanic como uma lição, um evento que
muito tem a ensinar. Temos que planejar bem o que desejamos executar,
considerar as possíveis falhas, agir com segurança, atenção,
aprender com as experiências e avisos daqueles que trilharam o mesmo
caminho que escolhemos seguir.
Quando os
brasileiros e seus escolhidos para governar, de forma ignorante e
infelizmente costumeira, se colocam como se fossem superiores, ficam
inebriados por um sucesso que jamais se realiza.
Não há
desenvolvimento verdadeiro e que perdure sem trabalho árduo e
honesto, sem ensino de qualidade e sem a imposição da ditadura do
mérito, através do reconhecimento da virtude e do esforço, em
detrimento do famigerado “jeitinho brasileiro”.
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