Cartão, herói ou
vilão?
Comenta-se que um posto de gasolina do estado
do Rio aceita pagamentos somente através de cartões, o chamado
dinheiro de plástico. A medida teria sido adotada para impedir os
assaltos e roubos de dinheiro vivo nos caixas.
Há consumidores que por motivos
similares preferem usar seus cartões seja de débito ou de crédito
ao invés de carregar cédulas ou talões de cheque.
Assim como um automóvel quando
mal utilizado se transforma em uma arma, os cartões se empregados de
modo não planejado podem acarretar dores de cabeça aos seus
titulares.
Para o comércio que oferece esta
modalidade de forma de pagamento há inúmeras vantagens. Embora haja
taxas significativas para cada valor recebido como débito, crédito
ou parcelamento, com valores aproximados de 2%, 3% e 4%
respectivamente, o comerciante tem ampliado o seu leque e a
fidelização de clientes, a facilidade em oferecer o crédito e a
anulação da inadimplência.
Do outro lado, para o consumidor
que opta por esta forma de realizar as transações em cartão há
também um conjunto de vantagens que iniciam na segurança
patrimonial, passam pelo crédito facilitado, sem esquecermos que o
cartão acaba sendo uma ferramenta das horas incertas como aquelas
dos imprevistos materiais como defeitos em automóveis ou imprevistos
de saúde que forçam a compra de remédios e outros.
Mas há um momento em que os
cartões de crédito (aqueles que usamos para pagar o consumo apenas
na data da fatura) se tornam uma arma suicida: quando deixamos de
pagar o total da fatura e optamos por rolar parte da dívida. Neste
instante começam a incidir os maiores juros do planeta e
dificilmente o usuário se reequilibrará se não tomar medidas
radicais.
A exemplo do que ocorre com
alguns pequenos empresários despreparados para a atividade, que
acabam confundindo fluxo de caixa com lucro e embaraçam suas vidas
pessoais com as de suas empresas, há aqueles que confundem o crédito
de um cartão com sua renda. Portanto para evitar dessabores, aqueles
que adotam o uso do dinheiro de plástico devem pensá-lo como se
fossem um vale de seu salário: o que se antecipa agora será
subtraído depois.
O desenvolvimento tecnológico
tem criado facilidades e melhorado a segurança dos cartões, a
implantação de chips dispensou o uso da assinatura e dificultou os
golpes e clonagens, o uso de máquina sem fio levou as lojas para
dentro da casa do cliente.
Outro bem trazido pelo dinheiro
plástico e evitar o transporte e distribuição de cédulas em dias
de pagamentos de funcionários, uma vez que os cartões de conta
salário podem ser usados no débito (saque imediato).
Nem herói nem vilão, apenas
mais um instrumento para favorecer o comércio e o consumo de bens.
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