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quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Apenas dois votos para moralizar (um pouco)

Nenhum país encontrou ainda, uma fórmula para resolver uma questão: “aquele candidato que dispõe de mais dinheiro para promover sua campanha se torna favorito para vencer a eleição”.
 
Se tal fato, prejudicial às democracias, ocorre até nas nações mais evoluídas em termos de cultura e educação, imagine o estrago que faz em um país de despreparados e analfabetos funcionais como o que constituímos.
 
No Brasil, as empresas, embora não tenham título de eleitor e nem sejam vistas nas filas de votação, influenciam nos resultados dos pleitos ao colocarem brutais somas em dinheiro nas mãos de alguns candidatos. A farra é tão grande, a ponto de algumas pessoas jurídicas apoiarem simultaneamente rivais ao cargos, assim, seja qual for o vencedor, a empresa “sai bem na foto”. Pasmem, 97% da verba gasta nas eleições de 2010 vieram através destas famigeradas doações.
 
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), acionou o Supremo Tribunal Federal, alegando que há inconstitucionalidade na participação das empresas no processo eleitoral, uma vez que as mesmas não têm direito à cidadania, não podem votar ou ser votadas.
 
O Juiz relator deste caso é Luiz Fux, que apresentou relatório e voto a favor das alegações da OAB, outros três, dos onze ministros do supremo: Joaquim Barbosa, Dias Tofolli e Luís Roberto Barroso, já se manifestaram e votaram acompanhando o relator.
 
Este processo teve sua definição adiada para 2014, pois outro Juiz, Teori Zavascki, pediu vistas, ou seja, quer reestudar o caso. Com mais dois votos favoráveis, entre os sete possíveis, ficará proibido às empresas “chegar esterco nas hortas” eleitorais.
 
Discutamos algumas alegações daqueles que gostariam que as doações de empresas continuassem:

Vai faltar dinheiro para fazer as campanhas”. Ora, se estamos em um país pobre, por que devemos manter as eleições mais caras do mundo? As campanhas têm mesmo que ficar mais baratas, chega de abuso e de gastança desmedida.

As empresas darão por fora, através do caixa dois”. Fiscalização nelas! Afinal, não podemos manter um erro para justificar outro, ou seja, não podemos dar aparência legal às doações das empresas, só para fingir que tudo vai bem, seria como se permitíssemos que uns matassem aos outro só para dizer que ninguém desrespeitou a lei ao cometer assassinato.
 
Em um país de políticos tão sujos, salvo as heróicas exceções, a proibição desta farra eleitoral é apenas um bom começo, há que se limitar também as doações feitas por pessoas físicas e fiscalizar e fiscalizar.

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