Carta de alforria
Desta
vez não é uma etnia que está sendo escravizada, é uma categoria
de trabalhadores federais: os carteiros.
A
corrupção na administração dos correios serviu, durante o
primeiro mandato de Lula, como estopim das denuncias que Roberto
Jeferson fez, e que revelaram o mensalão e a nefasta atuação de
petistas contra o erário público.
Desta
vez é diferente, e a trama envolve mais um partido além do PT de
Dilma Roussef, o coadjuvante é o PMDB Michel Temer.
Três
associações de funcionários dos correios tentarão expurgar o
aparelhamento de seu fundo de pensões, o Postalis, que em número de
contribuintes, cerca de 140 mil, é o maior deste País.
Os
carteiros e seus colegas de trabalho dependem do Postalis para se
aposentarem, por isto estão atentos a “operações suspeitas”,
que causaram um rombo, entre 2013 e 2014, de 2 bilhões e 200 milhões
de Reais nos cofres do instituto que visa, dentre outros benefícios,
complementar suas aposentadorias.
Sob
comando do PT e PMDB, o Postalis fez investimentos no mercado
financeiro que causaram prejuízos da ordem de 800 milhões de Reais,
colocou dinheiro em empresas de Eike Batista, comprou títulos do
governo da Venezuela e adquiriu ações de universidades particulares
endividadas e a caminho de serem descredenciadas.
É
sempre bom lembrar que os partidos que detém as cadeiras da
presidência e vice-presidência do Brasil, cobram o “dízimo”
daqueles que pertençam aos seus quadros e que tenham sido guindados
politicamente a cargos de confiança (sem passar por concurso
público). O desconto do salário em prol dos partidos em questão já
vêm descontados nas folhas de pagamento.
EDUARDO
CAMPOS: O fim precoce da carreira deste político fez mexer o doce da
sucessão presidencial. O segundo turno que parecia provável se
transformou em uma certeza, a composição da segunda etapa desta
concorrência passou a ser objeto de especulação e consulta às
pesquisas de opinião pública. Aécio Neves que contava com a
votação em Eduardo para chegar a segunda fase da eleição passou a
ver sua posição ameaçada pela indicação de Marina Silva.
Por
outro lado, caso chegue ao segundo turno, Marina representará uma
ameaça em nível nunca antes sofrida pelo PT nesta fase.
No
Brasil, onde mortos viram santos e/ou heróis, o que funciona nem é
a memória de curto prazo, é o imediatismo. Se por um lado Eduardo
Campos havia definido o Brasil de Dilma como o país do “sete a
um”, cerca de 7% de inflação e menos que 1% de crescimento, Lula
se encarregava de diminuir o ex-governador e ex-ministro, ao
referir-se ao mesmo como sendo um “menino mimado”, assim como o
atual governo quis enquadrar, a ele e a Aécio, como sendo
agourentos. Nada como um dia após o outro...