Necessitamos
do Estado do Triângulo?
Jornal
“O Estado de São Paulo”, 29 de Junho de 1988:
“Não
vai haver mais o Estado do Triângulo. A Constituinte rejeitou ontem
a fusão de emendas que determinava a realização de um plebiscito,
120 dias depois da promulgação da Constituição para saber se a
população do Triângulo Mineiro desejava ou não ser independente
de Minas Gerais.”
Continuando
a reportagem: “Depois da rejeição desta emenda, não foi colocada
em votação a criação de nenhum outro estado – como o de
Tapajós, do Maranhão do Sul, do São Francisco, de Santa Cruz e do
Iguaçu.”
A
criação de um novo estado da federação implica no surgimento de
diversas despesas, seja com pessoal ou instituições, citarei apenas
algumas delas:
Três
novos Senadores, alguns Deputados Federais e outros Estaduais,
Governador e Vice, inúmeros assessores dos cargos acima, inclusive
dois suplentes para cada vaga no Senado; Uma nova polícia militar e
outra civil,
corpo de
bombeiros, mais um tribunal de contas estadual, toda uma estrutura
para o judiciário, um novo departamento de estradas de rodagem.
Novos
prédios são necessários: para a justiça estadual, para a
assembléia, para o tribunal de contas, para as chefias de polícias,
para o DER, alguns terão a petulância de falar em construir toda
uma cidade, uma nova capital.
Como
já vimos em outra oportunidade, para manter Brasília funcionando é
necessário utilizar todo o superávit da cidade de São Paulo, há
capitais do Norte que têm despesas cinco vezes superiores à
arrecadação. Por Outro lado o Triângulo tem apenas três
municípios superavitários: Uberaba, Ituiutaba e Uberlândia,
portanto fica fácil de imaginar o prejuízo que causaríamos à
Nação.
Certa
vez, vi uma Deputada Estadual reivindicar uma verba para Montes
Claros, seu discurso sofreu um aparte de um triangulino que alegou
que no Triângulo contribuímos com muito e recebemos pouco, a
resposta da parlamentar foi retumbante, ela alegou que nossa região
teve seu desenvolvimento alavancado pelo Estado de Minas em épocas
passadas, e que seria normal que agora outras regiões fossem
compensadas. Neste instante pus-me a lembrar do quanto Minas
subsidiou a chegada de indústrias como a Souza Cruz em Uberlândia,
e reforcei minha posição: É justo!
Se
toda região rica quisesse se separar da mais pobre a Alemanha jamais
teria sido reunificada. A união e não a divisão tornaram mais
forte a nação alemã.
Como
vimos, a criação do Estado do Triângulo provavelmente seria
acompanhada da formação de outros cinco estados, haja verbas, haja
impostos, tributos e taxas para manter tanta governança.
Por
isso e muito mais, sou contra a formação do Estado do Triângulo.