Na Idade da Pedra
Nem é bom saber, mas pode acreditar: os
paralelepípedos, pés-de-moleque e outros calçamentos, em Uberaba,
compõem um “solo sagrado”, acontece que não se pode asfaltar
onde há pedras ou bloquetes de concreto, pode crer: por motivos
históricos.
Uberaba não é, e não tem vocação para
cidade turística, sequer atrai visitantes a lazer, nossas ruas de
paralelepípedos são descontínuas, comumente sofrem ataques do
Codau e da chuva, além disso a Prefeitura não dispõe de
profissionais (os calceteiros) para conservar e repor tais pisos.
É notório o despreparo do poder público
para preservar o que realmente interessa, basta ver o que fizeram com
o casarão histórico de Peirópolis, tudo a peso de ouro.
Contrariando o bom senso, estamos a proteger a
fachada do finado Jornal Lavoura e Comércio, mas deixamos escapar
sua coleção completa de edições, arrematada a preço vil e levada
para Uberlândia.
Nesta cidade, que a toque de caixa e a força
de canetadas, querem ver histórico-turística pouco há de semáforos
para pedestres, e pior, se preocupam em preservar algumas casas
velhas de estilo arquitetônico e gosto questionável, ao mesmo
tempo que deixam demolir banheiros públicos, que deveriam ser
respeitados como “necessidades contemporâneas dos que necessitam
fazer sua necessidades”.