Fatalidade ou
negligência?
No papel é fácil! Veja: É “vedado o
emprego de material de fácil combustão e/ou que desprenda gases
tóxicos em caso de incêndio em divisórias, revestimento e
acabamento”, a regra vale para “estabelecimentos de reunião de
público, cinemas, teatros, boates e assemelhados”.
Os trechos foram copiados da lei
municipal de prevenção e proteção contra incêndios que vigora em
Santa Maria, a cidade gaúcha da tragédia que vitimou quase 250
jovens.
O uso de fogos de artifício, a
espuma altamente inflamável e tóxica usada no revestimento para
isolamento sonoro e a saída insuficiente para a multidão foram
ingredientes da carnificina.
E a lei? A lei, Brasil afora, é
só papel inútil, por exemplo: é proibido roubar, mas quantos
políticos adeptos deste costume estão presos?
Prefeitura e bombeiros não
fiscalizaram, proprietários, grupo musical e estudantes
negligenciaram e o “jeitinho brasileiro” deu no que deu.
O povo tem que ser mais exigente
quanto às normas, e para conhecê-las temos que contar com ensino de
qualidade e publicidade honesta e eficaz por parte do governo.
Outro fator que impede e impele
as empresas a desrespeitar as leis é o excesso de impostos, taxas e
contribuições que pagamos sem obter o devido retorno. Sob vários
sentidos: é uma questão de sobrevivência.