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quarta-feira, 23 de setembro de 2015

O Fusca e o voto



    No ano em que a Volkswagen se tornou a maior montadora do mundo, destronando a Toyota e a GM, um grande escândalo veio à tona derrubando suas ações em bolsa de valores, 34% de queda em 48 horas.
    Volkswagen, do alemão, significa carro do povo. Tudo começou com o Fusca, um projeto do engenheiro Porsche, para atender um desejo de Hitler no final da década de 1930. O nazismo perdeu a segunda grande guerra, mas o modelo de carro foi um dos maiores vencedores da história.
    Hoje a Volks atua em muitos países e detém outras marcas como Audi, Skoda, Seat e Porsche, além de outras, no entanto, este império industrial foi apanhado enganando governos e consumidores.
    Nos Estados Unidos descobriram que o sistema de computador de vários modelos Volkswagen foi projetado e construído para burlar a lei e suas questões ambientais.
    O presidente da montadora multinacional, Sr. Winterkorn, confessou e se desculpou do fato que envolve 11 milhões de veículos, eles foram manipulados para burlar os testes de controle de poluentes que vigoram nos EUA e em outros países. O sistema implantado nestes carros detecta que está sendo testado e neste momento altera o funcionamento do motor, fazendo-o funcionar de um modo menos poluente, e consequentemente passa por aprovação em quesitos ambientais.
    A Volks já anunciou que estará fazendo uma reserva de dinheiro com a finalidade de pagar multas e indenizações às quais será submetida. Mais uma vez fica provado que programas de computação podem conter adulterações, manipulações e vírus para se atingir objetivos nefastos.
    No Brasil votamos em urnas eletrônicas, programadas por alguns, testadas por outros e defendidas pela justiça eleitoral. Quando se fala em auditorias, estas não são autorizadas, não são permitidas e são classificadas como desnecessárias, sendo taxados (estes pedidos de auditoria) como choro de perdedor.
    As propostas de votarmos e termos nosso voto impresso e depositado numa urna física para, caso necessário, se fazer uma conferência à moda antiga, nunca é aceita, sendo tratada como dispendiosa e desnecessária. Traduzindo o que dizem as autoridades: - Está tudo certinho e nada precisa ser modificado.
    Quem vê a Volkswagen fazendo mágica num teste de motor, ganha o direito de especular sobre a lisura da programação e apuração das urnas. É possível uma urna ser feita para mudar votos somente durante a votação, passando incólume em testes anteriores e posteriores? Se a resposta for sim...
    Pelé, certa vez foi bastante criticado ao dizer que o brasileiro não sabe votar, hoje vivemos outros tempos e alguns, à boca pequena, dizem que o brasileiro (com o uso da urna eletrônica) não vota, mas pensa que votou.