Por favor, um médico de
verdade!
A incompetência vive instigando os
governantes a pularem etapas. Veja as cotas: por não oferecer ensino
de boa qualidade nas escolas públicas de primeiro e segundo graus,
os alunos que as frequentam são alijados na disputa por vagas em
universidades federais. Solução proposta: cotas raciais, para a
escola pública e empréstimos para que o pobre banque a faculdade
particular.
Quando a voz das ruas exigiu
saúde padrão FIFA o governo tascou a ideia de “importar”
médicos. Trazer profissionais estrangeiros? Tudo bem! Só que querem
dispensá-los dos exames de conhecimento para validar seus diplomas.
Ora, se o estrangeiro não provar que está apto como poderemos
confiar-lhe nosso maior patrimônio, que é a saúde?
Trazer médicos cubanos, que são
escravizados lá, para cá, pode ser fácil, difícil será trazer
médicos da Europa como os espanhóis. Ao saber do interesse do
governo brasileiro, o Conselho Geral do Colégio de Médicos da
Espanha já desconfiou: quer saber o número de leitos, a quantidade
de funcionários, os recursos e o acesso a remédios nos locais onde
os espanhóis viriam atuar.
Ao conhecer as reais condições
de trabalho, a remuneração, o clima, tenho certeza que médicos
portugueses e espanhóis optarão por tentar vagas na Alemanha,
Inglaterra ou países nórdicos, os que vierem dificilmente ficarão.
Sabedora de tais fatos, a
Presidente resolve, à revelia da classe, mudar o curso de medicina
de seis para oito anos, obrigando os formandos a prestar serviço
público em locais escolhidos pelo governo e para o governo. Esta é
a “democracia petista” escolhe onde, quando e por quanto alguém
irá trabalhar.
Vá aos setores de arrecadação
do governo federal, o INSS ou a Receita, observe que aqueles que lá
trabalham integram uma elite do conhecimento, tendo sido aprovados em
concursos dificílimos, aos quais se interessaram atraídos pela
remuneração e a carreira. Para arrecadar cada centavo eles formam
um time seleto, mas para a saúde...
Enquanto os políticos tem
convênio para tratar sua saúde e hospitais particulares com os mais
experientes médicos, o usuário do SUS contará com jovens, que
sequer completaram seu curso de medicina, para atendê-lo. O pobre
que necessita do tratamento de saúde público será cobaia de
estudantes que talvez ainda terão um diploma.
De que adiantam peões se não há
reses! Sem equipamentos de boa qualidade, sem leitos, sem
laboratórios de análises clínicas, sem remédios o que poderá
fazer um médico no meio do mato? Seu serviço assumirá riscos que
se estenderão para sua integridade física. Um médico, no Brasil
selvagem, poderá ser julgado, condenado e executado na ponta da faca
ou no gatilho. Lembremos que a ignorância busca culpados para se
vingar.
Os governos petistas têm se
sustentado na publicidade, na falácia e no oferecimento de atalhos.
Colocar os brasileiros carentes nas mão de “projetos de médicos”
é mais um deles.